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Jan 18, 2024

Explicador: a cobrança convencional do Bitcoin aumenta as apostas para o dinheiro digital do banco central

LONDRES, 15 Fev (Reuters) - À medida que as criptomoedas se tornam cada vez mais comuns, cresce a pressão sobre os maiores bancos centrais do mundo para que avancem com seus planos de emitir dinheiro digital e afastar as ameaças do setor privado ao dinheiro tradicional.

A maior criptomoeda, bitcoin, mudou das margens das finanças para ser adotada por grandes investidores, empresas e até mesmo cidades. A aposta de US$ 1,5 bilhão da Tesla Inc (TSLA.O) levou o bitcoin a atingir recordes de quase US$ 50.000 e a moeda digital Diem, apoiada pelo Facebook (FB.O), anteriormente conhecida como Libra, pretende lançar este ano.

Os bancos centrais do Grupo dos Sete países definiram em outubro como uma moeda digital poderia funcionar, embora o progresso tenha sido lento. O comunicado da reunião dos ministros das finanças do G7 na semana passada não mencionou a tecnologia nascente.

Aqui estão as últimas novidades sobre moedas digitais do banco central (CBDC).

O QUE ELES SÃO?

CBDCs são o equivalente eletrônico de dinheiro.

Como as cédulas ou moedas, dariam aos detentores direito direto ao banco central, ultrapassando os bancos comerciais. Apoiados pelos bancos centrais, eles seriam tão "isentos de risco" quanto o dinheiro tradicional e permitiriam que os detentores fizessem pagamentos online.

O acesso ao dinheiro do banco central além do dinheiro físico até agora foi restrito às instituições financeiras. Estendê-lo ao público em geral teria grandes repercussões econômicas e financeiras.

POR QUE OS BANCOS CENTRAIS ACHAM QUE PRECISAMOS?

Os bancos centrais temem perder o controle do sistema global de pagamentos para as criptomoedas, que normalmente não são controladas por nenhum órgão central - ou para entidades privadas, como no caso da Diem.

Isso poderia enfraquecer o controle dos bancos centrais sobre a oferta monetária, um dos principais caminhos para conduzir as economias. E a ameaça se tornou mais real em meio à adoção crescente das moedas digitais.

As empresas financeiras BNY Mellon (BK.N) e Mastercard (MA.N) disseram na semana passada que ofereceriam suporte para ativos digitais, enquanto a cidade de Miami está tentando permitir o uso de bitcoin para pagar trabalhadores e para pagamentos de taxas e impostos .

À medida que o uso de dinheiro físico diminui, um CBDC seria uma alternativa de pagamento digital mais segura às criptomoedas.

COMO SERIA UM CBDC?

Aqui é onde as opiniões diferem.

Um CBDC pode assumir a forma de um token salvo em um dispositivo físico, como um telefone celular ou um cartão pré-pago, facilitando a transferência offline.

Alternativamente, poderia existir em contas gerenciadas por um intermediário como um banco, o que ajudaria as autoridades a fiscalizá-lo e potencialmente remunerá-lo com uma taxa de juros.

Embora a ideia de um CBDC tenha nascido em parte como uma resposta às criptomoedas, não há nada que diga que deva usar o blockchain, o livro-razão distribuído que alimenta esses tokens.

O Banco Popular da China disse que seu yuan digital não dependeria de blockchain.

QUAIS BANCOS CENTRAIS ESTÃO LÍDERES?

O Banco Popular da China pretende se tornar o primeiro grande banco central a emitir um CBDC, parte de seu esforço para internacionalizar o yuan e reduzir a dependência do sistema de pagamentos dominado pelo dólar.

Bancos comerciais chineses estatais já estão testando um aplicativo de carteira digital, segundo relatos da mídia local. A empresa de comércio eletrônico JD.com Inc (9618.HK) disse em dezembro que era a primeira plataforma virtual da China a aceitar a moeda digital doméstica.

O Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra lançaram consultas, embora a presidente do BCE, Christine Lagarde, tenha dito no mês passado que qualquer euro digital levaria anos. O Banco do Japão e o Federal Reserve dos EUA ficaram em segundo plano.

O Riksbank da Suécia começou a testar uma e-krona, enquanto o Banco do Canadá também acelerou o trabalho em sua moeda digital.

As nações menores também estão avançando: as Bahamas no ano passado se tornaram a primeira nação a lançar um CBDC em todo o país.

QUAIS SÃO OS RISCOS?

Os bancos centrais temem que qualquer migração em massa para o CBDC esvazie os bancos comerciais, privando-os de uma fonte barata e estável de financiamento, como depósitos de varejo.

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